1. Sincretismo Religioso


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sincretismo é a tentativa de conciliar crenças diferentes ou mesmo opostas.

Em nosso país o sincretismo entre religiões de origem africana e a religião católica valeu como poderosa arma para os negros manterem suas tradições.

Vamos ver um exemplo, segue abaixo a história de um santo católico São Jorge e de Ogum.

A tradição diz o seguinte: Jorge teria nascido por volta do ano 280 d.C. na Capadócia, atual Turquia, e se mudou mais tarde para a região da Palestina. Ao longo da vida, ele se alistou no exército do Império Romano. Jorge, que era cristão, foi morto em 303 d.C. porque teria se negado a matar e perseguir cristãos — uma ordem direta de Diocleciano, então imperador romano. Por esta razão, conta a história que Jorge foi decapitado no dia 23 de abril. Essa data seria lembrada depois como o dia de homenagens ao santo.

Ogum é o Orixá da guerra, do fogo e da tecnologia. Ele que criou as máquinas para a agricultura e ensinou as labores manuais. Ensinou aos homens a trabalhar o ferro com o fogo. O Orixá usa a espada para abrir seus caminhos e derrotar seus inimigos. Ele sempre vem em primeiro lugar, antes de todos. Representa o líder nato. Ogum usa seu poder e sua espada para socorrer rapidamente aquele que o invoca. Mas se for invocado de um modo negativo, ele deixará sua espada se abater sobre quem foi injusto. Orixá do elemento terra, Ogum é pleno de energia e empreendedor e suas decisões são rápidas. Ama a liberdade.

A devoção a São Jorge cresceu no Brasil pelos escravos que, proibidos de adorar seus Orixás, passaram então a fazer seus pedidos, cultos e rituais fora das igrejas, associando a imagem de São Jorge a Ogum. E esta associação ocorreu com vários santos católicos e os Orixás.

Assim percebemos que em muito costumes encontramos o sincretismo religioso.

Quando falamos de religião indígena estamos falando de Xamanismo. Os povos indígenas foram considerados no decorrer da história como povos sem crenças que não possuíam Deus ou deuses, ou até ídolos, não possuíam religião alguma. Os índios possuíam uma noção da existência de uma força, de um Deus superior a todos.

Podemos organizar os principais tipos de sincretismos surgidos no Brasil a partir de sua origem étnica e sua posterior união. Assim teríamos a fusão, cristão-indígena, africano-cristã, indígena-africana, indígena-cristão-africana. Sem ordem, local, cronologia ou lógica, essas três matrizes étnico-religiosas deram origem às centenas de cultos, festejos populares, folguedos, lendas, personagens, superstições, ritos e práticas sociais.

Os primeiros missionários Jesuítas que chegaram ao Brasil deram aos indígenas a crença em Jesus Cristo, assim como já haviam feito nas terras de Angola e Congo de onde vieram muitos escravos. Ao mesmo tempo, receberam o domínio sobre plantas, raízes, bebidas diversas que foram incorporadas pelos padres e reproduzidas. Nessa fusão indígena-cristã rezas católicas com ervas indígenas deram origem ao curandeirismo mestiço, com benzedeiros e benzedeiras, rezadeiras e rezadores, parteiras e outros ainda típicos em zonas rurais e lugares distantes da medicina convencional.

O Estado Brasileiro é laico, ou seja, não tem religião. Tem sim, o dever de garantir a liberdade religiosa. Diz o artigo 5º, inciso VI, da Constituição: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias”.

A liberdade religiosa é um dos direitos fundamentais da humanidade, como afirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Entretanto, muitas vezes o preconceito existe e se manifesta pela humilhação imposta àquele que é diferente. No momento em que é humilhado, discriminado, agredido devido à sua crença, ele tem seus direitos constitucionais e seus direitos humanos violados; ou seja, é também vítima de um crime – e o Código Penal Brasileiro prevê punição para os criminosos.

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