5. Intertextualidade… Intertex…Inter…


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Intertextualizando ainda aí gente!

Seguindo a atividade, para não perdermos o fio da meada, vamos nos aprofundar um pouquinho sobre essa modalidade tão gostosa de trabalhar os textos.

Leia e aprecie os textos abaixo:

TEXTO 1

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.   

 

(Bíblia, I Coríntios 1)

TEXTO 2

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;

 

É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder;

 

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata lealdade.

 

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Soneto 11 de Luiz Vaz de Camões (Rimas))    

Lindo, né galera?

Percebem que são iguais, mas são diferentes? Aí está presente a intertextualidade, onde um texto cita o outro.

Quero saber de você, o que acha? Preencha o formulário abaixo e nos convença!

Monte Castelo

Ainda que eu falasse

A língua dos homens

E falasse a língua dos anjos

Sem amor, eu nada seria…

 

É só o amor, é só o amor

Que conhece o que é verdade

O amor é bom, não quer o mal

Não sente inveja Ou se envaidece…

 

O amor é o fogo

Que arde sem se ver

É ferida que dói

E não se sente

É um contentamento

Descontente

É dor que desatina sem doer…

 

Ainda que eu falasse

A língua dos homens

E falasse a língua dos anjos

Sem amor, eu nada seria…

 

É um não querer

Mais que bem querer

É solitário andar

Por entre a gente

É um não contentar-se

De contente

É cuidar que se ganha

Em se perder…

 

É um estar-se preso

Por vontade

É servir a quem vence

O vencedor

É um ter com quem nos mata

A lealdade

Tão contrário a si

É o mesmo amor…

 

Estou acordado

E todos dormem, todos dormem

Todos dormem

Agora vejo em parte

Mas então veremos face a face

 

É só o amor, é só o amor

Que conhece o que é verdade…

Ainda que eu falasse

A língua dos homens

E falasse a língua dos anjos

Sem amor, eu nada seria…

(Renato Russo – Legião Urbana, “As quatro estações”, 1989.)

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